terça-feira, 22 de maio de 2007

Keane em São Paulo

por Vanessa Ribeiro


Somewhere only we know
. Um lugar que nós conhecemos. E onde fica? Credicard Hall. Sim, foi lá que os britânicos do Keane foram parar, nesta quarta-feira (18). Sem a mesma polêmica do grupo Coldplay, claro!

A banda, formada por Tim Rice, Richard Hughes e Tom Chaplin, deu o ar da graça nas terras tupiniquins para apresentar um show pra lá de intimista, com direito à famosa bandeira nacional e palavrinhas em português ensaiadas. Mas, por mais previsível que tenha sido, os meninos fizeram como manda a cartilha, sem parecerem arrogantes ou insatisfeitos. Foram super atenciosos com o público e tocaram com uma energia contagiante.

Os fãs da barricada que o digam! Menininhas com cartazes, câmeras de celular, câmeras portáteis, gritos, suspiros, enfim, tudo que um público pode dar ao ídolo. Se eles
gostaram? Considerando que em todas - absolutamente todas as músicas - o público cantava em uníssono...acredito que sim!

Uma esquisita configuração de palco fez a diferença - dando destaque apenas para o piano e bateria -, desfez a famosa e tradicional montagem de uma banda propriamente dita, pois em sua formação “convencional” teria um baixo e uma ou duas guitarras. Mas pra quê? Hoje, os grupos se destacam mesmo por essa diferença, e olha que o som sai, viu? O Spinal Tap e o Yeah Yeah Yeahs usam essa fórmula.

O som perfeito e a afinação de Tom Chaplin foram os resultados da inspirada apresentação, que não decepcionou quem pagou - bastante - para ver os rapazes. Show competente, sem demagogias. Esse foi o enfoque. Os hits que lançaram a banda, como a já citada Somewhere Only We Know e Everybody´s Changing, literalmente fizeram o chão tremer. Sem, é claro, desmerecer as canções do álbum mais recente Under The Iron Sea.

Uma passarela montada no centro da pista fez o grupo se aproximar mais do público, justamente no momento em que as melosas canções do Keane se mostraram. Sem aquele pra lá e pra cá do vocalista, que não parava um segundo no lugar. Um foco de luz em Tom e um pedido clássico: “Acendam tudo o que vocês tiverem que faça luz”. A época do isqueiro já era, agora é luz de celular e câmeras digitais. Naquele mar de luzinhas incandescentes, todos cantaram e, quem quis, se debulhou em lágrimas. Alguns até que se atreveram a levantar os antigos fazedores de fogo portáteis.

Com Bad Dream, a banda volta ao palco principal dando continuidade ao show. Num telão, todos podiam acompanhar a canção com um clip que mostrava pessoas com máscaras de gás, dançando valsa. Será que esse é o prenúncio do Keane para o fim do mundo? Não se sabe, mas a investida deu certo! Embora não seja mais novidade, os telões projetando a imagem dos rapazes, fez a alegria de quem estava um pouco distante do palco.

De música em música, a banda encheu o papo, mas o resto, só pra quem viu!

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